terça-feira, 7 de outubro de 2008

O Brasil não é de Todos

A história, a cultura e a comunicação no Brasil sempre foram restritas para a maioria da sociedade durante estes 507 anos de exploração e alienação, intituladas pelo capitalismo e pela globalização de descobrimento, sendo escritas e difundidas de forma errônea e, principalmente, elitizadas, de modo que todos os ensinamentos idealizados pela burguesia, passados de geração a geração foram completamente assimilados pela maioria da população.
Também é de vital importância citar que tal processo, simplesmente, foi o responsável pelo comodismo ao qual chegamos nos dias atuais, onde jovens são induzidos e obrigados, desde o ensino fundamental a aceitar o mito do pacifismo no período da colonial, visto que, são poucos os que conseguem vencer os paradigmas pós-modernos.
É importante falar da evolução que a comunicação tomou no país, desde a primeira fusão cultural que foi a mímica e o aprendizado entre portugueses e índios, como afirma Virgílio Noya Pinto em seu livro Comunicação e Cultura Brasileira. Contudo, a dependência educacional brasileira ficou restrita aos jesuítas, que foram os primeiros a aprenderem o idioma indígena, com isso implantaram o cristianismo na educação e em pouco mais de dois séculos já tinham construído no Brasil, 17 colégios e 10 seminários; os portugueses que usaram crianças órfãs para assimilar melhor o idioma indígena e proliferar o idioma e a cultura portuguesa; e os africanos que graças à escravidão difundiram ainda mais a miscigenação e a diversidade cultural brasileira.
Vale destacar também que a comunicação é uma faca de dois gumes e o caminho escolhido pelos colonizadores era a desinformação, tanto que era proibida qualquer forma de imprensa no país ate a chegada da família real em 1808, pois sabiam o poder que tem a racionalidade. Neste mesmo ano foi lançado o jornal do império, a primeira atuação do jornalismo-cor-de-rosa, que possuía em seu conteúdo cenas do cotidiano da realeza. Tal jornal foi criado para ir de encontro ao jornal Correio Brasiliense, que tinha a mesma obstinação de seu criador José Hipólito da Costa, cidadão brasileiro que lutava pela igualdade da informação e educação para a sociedade brasileira.
Vamos raciocinar: a montagem da cultura brasileira sempre foi direcionada, hora pela economia e hora pela política, durante toda a sua história, conseqüentemente, a burguesia cria um processo de seleção para saber quem seria domesticado ou não. Quem não aceitava tal submissão se refugiavam em regiões distintas de nosso país, o quilombo dos palmares até então é um marco da resistência dos escravos negros, que depois de 130 anos foi devastado pelos espanhóis. Uma prova disso foi à aparição dos índios da tribo Caiapós no interior do mato grosso e que só agora resolveram fazer contato com o homem branco por conta do acidente do avião da empresa GOL.
Esta dependência econômica e política do Brasil pelos países desenvolvidos fizeram com que o povo sofresse de abstinência intelectual e cultural e, foi justamente no período da ditadura militar, de 1964 a 1985, período em que todos os direitos civis foram enterrados ou massacrados dentro das celas imundas do COE. Período em que a comunicação estava limitada aos interesses dos generais, a musica ficou suave, a televisão escureceu as informações, o radio se calou, mas os opositores ao regime não se calava diante de tantas barbaridades. A UNE, os partidos de esquerda, os movimentos sindicais, os trabalhadores e, principalmente, o povo resistiram bravamente e naquele momento estávamos unidos para derrubar tais imposições.
É simplesmente muito difícil discutir comunicação no Brasil, ainda mais porque cerca de noventa por cento dos brasileiros estão completamente alienados pelas programações das emissoras televisivas e radiofônicas. Os outros dez por cento estão em uma situação econômico-social muito mais elevada, normalmente são adoradores do capital e da soberania hierárquica a qual pertencem. Tais como os militares, banqueiros, políticos, etc., seres conservadores que temendo perder seus poderes, alienam e condenam aqueles que lutam pela igualdade social.

Raoul Duke AL
GONZO JORNALISMO

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